AVISO


Tá gente, aqui a minha única fonte de informações sou eu mesma. Se por acaso vocês se depararem com qualquer texto que não faça sentido, não se surpreendam, eu também não consigo me entender às vezes.
Antes de começar a ler, esteja ciente de que nada será acrescentado à sua vida (talvez algumas gargalhadas, e a noção de que nada é tão ruim quanto parece). A ideia aqui não é ter o blog mais acessado da internet, nem divulgar qualquer trabalho que seja... O que eu realmente quero é colocar pra fora as presepadas da minha vida, as bobagens que penso (acreditem, não são poucas!), e a loucura que tenho dentro de mim e insisto em não guardar!
As imagens são retiradas da internet, quando possível, especifico a fonte.

domingo, 21 de agosto de 2011

Eu só quero andar na chuva!


O trabalho corroeu todas as minhas energias. Tudo o que eu conseguia pensar era que precisava chegar em casa, tomar um banho, deitar e dormir pra sempre até amanhã. Comecei a lembrar de como era a vida algumas semanas atrás, quando tudo o que eu conseguia pensar era em quanto tempo eu estava perdendo com coisa nenhuma. E todas as coisas que eu queria, eram coisas que agora não posso ter, por pura falta de tempo.

Provavelmente, é tudo bem melhor assim. Mas enquanto eu me perdia em toda essa crise existencial, uma chuvinha boba, fraca, começava a cair lá fora sem que eu me desse conta, por estar preocupada em me manter firme em um ponto, enquanto o motorista do ônibus parecia insistentemente tentar me derrubar, e as pessoas se esforçavam para pisar no meu pé. Em meio a tantas preocupações, saudades, lembranças... senti uma gotinha molhar meu rosto. Pensei: estou chorando? Meu deus, quanto tempo faz que não choro! Quantas lágrimas economizei nos últimos tempos! É que não há tempo no meu dia para tantas emoções. O tempo que me sobra é exatamente este, o tempo de voltar pra casa.

Logo notei que não estava chorando. A gota veio pela janela, como se o céu me chamasse a olhar algo fora de mim. Olhei e disse “o céu está chorando”. O céu, tão grande, ocupado em ser teto de um mundo inteiro 24 horas por dia, que só dorme pela metade, consegue tempo para chorar e eu não. A verdade é que não consigo mais chorar. E para onde foram todas aquelas lágrimas? Eu tinha tantas... Finalmente entendi! Elas foram todas para o céu! E o céu está chorando por mim!

Decidi que precisava molhar meu rosto com aquelas lágrimas. Desci do ônibus feliz da vida! Ainda nem era a minha parada, mas queria descer ali! Então senti o frio, coloquei as mãos nos bolsos e comecei a andar. Enquanto as outras pessoas corriam, tentando se abrigar, eu procurava o lugar mais exposto... Queria que aquela chuva me dissolvesse. Como o açúcar se desmancha na água, eu queria me desmanchar, e tirar de mim toda essa doçura que me faz tão tolerante. Não me desmanchei. Foi quando finalmente percebi que sou, na verdade, uma mistura de açúcar, sal, pimenta, pedras, cimento, areia e carne. Por isso, não há lágrima que tire de mim o que eu realmente sou. Todos me olhavam e diziam “louca! Queres adoecer?” Não, eu não quero adoecer, eu só quero me curar! Eu não quero ir pra casa agora... Eu só quero andar na chuva...

3 comentários:

Ádria Dias disse...

Tu deverias divulgar mais os teus escritos, se é que já não fazes isso.. hehe. Tens um dom muito lindo!

Thaís Salim. disse...

Obrigada Adrinha ^^

Eu não sou mesmo muito boa em divulgação. XD

Lali Leal disse...

Agora entendo o velhinho sem guarda-chuva... ^^.